Substâncias toxicas: Desprotegidos e vulneráveis, são vítimas diretas e fáceis dos que manejam a venda de estupefacientes
Paula María Martin LA NACIÓN
| Desprotegidos, vulneráveis, presas fáceis para os que manejam o negócio das drogas... Hoje não é raro encontrar na via pública a garotos, alguns muito pequenos, ingerindo substâncias tóxicas. São vítimas da indigencia, de abusos sexuais e dos que os explodem laboralmente. Carecem de um meio familiar sólido, de contenção, de limites, de projetos. Estas são algumas das causas que, segundo os especialistas, levam a muitos garotos da rua -a partir dos sete ou oito anos- a envolver-se com a droga. Os que têm 15 ou 16 estão mais comprometidos. "Ainda que consomem desde pequenos, isto se incrementa na adolescência, já que ao problema econômico, a rua, o trabalho ou a exploração sexual, soma-se a crise da adolescência", explica José Manuel Grimma, coordenador da Unidade de Intervenção e Serviços Especiais do Conselho dos Direitos de Meninas, Meninos e Adolescentes. Segundo investigações do Observatório de Drogas da Secretaria de Programação para a Prevenção da Drogadição e a Luta contra o narcotráfico (Sedronar) e do Conselho Nacional de Meninice, Adolescência e Família (Connaf), estes menores consomem substâncias como colas com tolueno -Poxiran-, maconha, massa baseie - "paco"-, cocaína, Nevadoi -maconha com cocaína- e psicofármacos, como Rivotril e Diazepan. Por seu baixo custo e fácil acesso, o "paco" (composto pelos refugos da produção da cocaína e ácidos) e os inhalantes, são os mais comuns entre estes garotos. Com respeito ao "paco", Eugenio Nadra, médico psiquiatra e coordenador do Conselho Científico da Sedronar, remarca: "Aparte do dano que provoca a cocaína, estes solventes destroem os neurônios e produzem grandes lesões no sistema nervoso central". Alterações na capacidade cognitiva, diminuição na inteligência e agressividade, são algumas das conseqüências de consumir esta droga. "O garoto crê sentir prazer e euforia. Supõe que é forte, com capacidade ilimitada; mas isto dura poucos minutos, depois se sente depressivo, com fadiga e cansaço. Isso os leva procurar desesperadamente a droga", explica o psiquiatra. Os inhalantes, por sua vez, também danam o sistema nervoso e, entre outras questões, "produzem transtornos do equilíbrio, cegueira permanente e encefalitis", comenta o doutor Nadra. Apesar de que o artigo 64 do Código Contravencional da Cidade de Buenos Aires (lei 1472) proíbe o fornecimento indevido a menores de 18 anos, estas substâncias seguem chegando a mãos dos garotos. "Uma das estratégias que utilizam é o contato com adultos que se as provêem a mudança de vinho, por exemplo", expõe Grimma. O contexto do garoto As causas pelas que os garotos consomem têm mais do que ver com o marco afetivo do que com a pobreza econômica. Consomem para tentar abstrair-se da realidade angustiante e da solidão. Cristian Laclau, do área de Relações Institucionais da Fundação Mananciais (entidade de bem público internacional que se ocupa do problema dos vícios), expressa: "A falta de comunicação com a pessoa que tem que ser o referente faz que muitas vezes os garotos tampem essa solidão com a droga e o álcool". As investigações enumeram como causas a curiosidade, o desconhecimento, a presença de drogas no lar, a identificação e condições de pertence a um grupo de pares, situações de angústia, a chatisse e a busca de experiências prazenteiras. María Muro, bacharel em psicologia e terapeuta da Fundação Mananciais, afirma que "os vícios é um problema ou patologia determinado por múltiplas variáveis. Lemo-lo como um sintoma familiar; já sejam conflitos intensivos a nível parental e falta de limites". Por sua vez, Grimma explica que é muito comum que as famílias destes garotos estejam desestructuradas e que se misturem a pobreza econômica e a cultural, a impossibilidade de construir vínculos, além de problemas afetivos e de vícios no núcleo familiar. A droga nos garotos é um tema que envolve a qualquer classe social. No entanto, é mais difícil encontrar meninos de curta idade que consumam nas classes mais altas porque vivem num contexto diferente de contenção; se se produz é, em general, na adolescência. "Os garotos pobres consomem porque têm esvaziamento o estômago e os ricos porque têm esvaziamento o espírito", diz Nadra. Os problemas socioeconômicos fazem que diminuam nos garotos um projeto de vida, e se não o têm, "automaticamente se instala um projeto de morte como é a droga", resume Grimma. |
Cidade de Deus: Narra o caminho de vários garotos habitantes do bairro chamado Cidade de Deus, situado nas afueras de Rio de Janeiro. Não se trata de estreitas ruas penduradas dos bicos senão de uma urbanização construída nos anos ’60, com o propósito de albergar famílias sem moradia, e que em pouco tempo deveio cidade marginal regida por suas próprias leis e impenetrável a quem não forem seus residentes. Os garotos de Cidade de Deus jogam ao futebol, sofrem, riem, vão à escola, como todos os garotos brasileiros.Pude vê-la lá pelo 2005, em duas partes, parecia-me demasiado. Hoje em meu país há muitas “Cidades de Deus”. Os vizinhos sabemos quem vende, onde se acha o provedor da ‘merca’; um Estado ausente, nenhuma política que os inclua, meninos abandonados a sua boa sorte.







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