COMO AJUDAR-SE QUANDO FALECE UM FILHO

Autor: Charles A. Corr é professor emérito da Universidade Edwardsville do sul de Illinois e ex-presidente (1989-1993) do Grupo Internacional de Trabalho sobre a Morte, o Duelo e as Pessoas em Agonia.
Imágem: Lisa Jane

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A morte de um filho é provavelmente a experiência mais dolorosa e difícil do que uma pessoa possa experimentar. Viola tudo o que podemos esperar do curso natural dos fatos. “Os filhos devem sobreviver a seus pais,” dizemos. Na maioria dos casos, fazem-no. Mas que fazemos quando nos encontramos dando a despedida final a um filho? Então que? Que podemos fazer para ajudar-nos a nós mesmos em circunstâncias tão horríveis? Senta Sua Dor Ao menos ao princípio, verá que não pode aceitar que seu filho realmente tenha morto. Isto é compreensível e normal. Deseje tempo para absorver este duro fato e comece a reconhecer suas numerosas implicancias. Permita-se experimentar sua profunda pena em todas suas dimensões — físicas, psicológicas, sociais e espirituais. Se pode, faça-o gradualmente e em pequenas doses. Pensar em seu filho ou falar dele ou ela com outras pessoas as vezes pode resultar doloroso. Outras, pode ser de grande consolo. Não tema chorar quando o precise. As lágrimas são curativas. A profundidade da dor que sente neste momento se relaciona diretamente com a profundidade da relação que compartilhou com esse filho ou filha. A dor é o preço que pagamos por ter amado, porque ao fazê-lo, permitimo-nos ser vulneráveis à perda. Como Sobrellevar Sua Dor Trate de manejar sua perda e sua dor, não o dominar. Concentre-se no presente. Não é necessário que resolva todo seu futuro neste momento. Viva um dia por vez — mas não trate de defrontar a uma hora se isso é demasiado para você. O tempo por si mesmo não cura, mas é o que nos pode ajudar a recuperar-nos e crescer. Recorde suas necessidades de alimento, água, descanso e exercício. O cuidado de si é fundamental para prover os recursos que precisamos para viver. É necessário que encontre sua própria maneira de fazê-lo depois da morte de seu filho. Sobrellevar uma perda tão horrível é uma experiência muito individual. Pense em que o ajudou quando se enfrentou com outras perdas menores em outros momentos de sua vida. Apoio da Família e Amigos Mantenha relações com familiares próximos e amigos. Neste momento precisa de todo seu apoio, ainda se crê que não poderão fazer muito por você. Não duvide em pedir-lhes ajuda a seus amigos quando o precisa. Os verdadeiros amigos se alegrarão de poder ajudar em forma prática e de diferentes maneiras. Se alguém diz ou faz algo que não é útil ou inclusive resulta doloroso, você pode expressar seus sentimentos e explicar que lhe pode servir de ajuda. Não sofra em silêncio. Esteja atencioso. A maioria das pessoas têm boas intenções, mas as vezes não sabem que fazer ou que dizer. Em realidade, todos temos muito que aprender sobre as reações ante a morte de um filho. É provável que se encontre ensinando essas lições, queira-o ou não. Seja amável, mas firme; ensine-lhe à gente a ser mais compreensiva e útil. Quando lhes dá permissão, os amigos verdadeiros agradecem as oportunidades de compartilhar com você as recordações que guardam de seu filho ou filha — e você também se beneficiará disso, porque essas recordações enriquecerão o legado de seu filho em sua própria mente e coração. Extraia Força de Outros Pais em Iguais Circunstâncias Com freqüência, os pais que perderam um filho assinalam que outros pais que viveram circunstâncias parecidas foram a ajuda mais efetiva. “Conheciam a dor. Sabiam que dizer e daí não dizer. ”Pode ser de ajuda encontrar um grupo de apoio local para pais que perderam um filho pedindo referências em funerárias, programas hospitalares ou instituições religiosas de sua área. Concentre-se no Legado de Seu Filho ou Filha Muitos pais encontram muito útil concentrar-se não só no que perderam senão também no que significou e no que continua significando seu filho. Reflexionam sobre a riqueza que esse filho contribuiu a suas vidas. Pode fazer isto pensando no lugar e no significado especial que seu filho ou filha ocupa para você. Sua vida é mais rica porque seu filho viveu. Sua relação com seu filho ou filha será diferente agora — essa é a crua realidade que traz a morte. No entanto, seu filho terá sempre um lugar em seu coração — isso jamais mudará. Ainda que seu filho já não viva, você o poderá amar toda sua vida. O amor na separação não é menos real que o amor na presença. Seu filho o ajudou a que você seja quem é agora. O legado de seu filho pode inclusive ajudá-lo a crescer; continua tendo profundos efeitos sobre sua própria vida e na vida de quem o rodeiam. Como Comemorar a Vida de Seu Filho Pode comemorar a vida de seu filho de diferentes maneiras. Alguns pais escrevem breves poemas ou contos, outros levam um diário de recordações, criam um jardim, fazem doações ou criam uma bolsa em memória de seu filho. Outros pais a comemoram comprando ou fazendo um presente especial no dia de aniversário desse ser, nas festas religiosas ou em outras ocasiões festivas. Depois doam esse presente a um jovem pobre ou a uma organização benéfica em memória de seu filho. Desta maneira e de tantas outras, pode alimentar uma conexão importante com seu filho ou filha e manter viva sua memória em você. Com freqüência, pode ajudar-se melhor aceitando o apoio e amor daqueles a quem amoa e que conheceram e amaram a seu filho ou filha, como também ajudando a quem se dirigem a você em procura de apoio e amor. Todos os que amaram a seu filho serão afetados por sua morte. Todos eles precisam sentir-se amados, seguros e que são parte importante de sua família. Os abraços e as lágrimas compartilhados são a melhor maneira de dizer, “somos ainda uma família, o filho que já não está segue sendo parte de nossa família e apesar de tudo, isto seguirá sendo o mais importante.” A respeito do Autor O Dr. Batas um papo A. Corr é professor emérito da Universidade Edwardsville do sul de Illinois e ex-presidente (1989-1993) do Grupo Internacional de Trabalho sobre a Morte, o Duelo e as Pessoas em Agonia. Entre as publicações profissionais do Dr. Corr se incluem 22 livros e mais de 80 artigos e capítulos sobre uma ampla variedade de temas relacionados com a morte. GRUPO RENASCER O primeiro grupo foi fundado pelo casal Berti de Rio Quarto. Córdoba. Argentina. o 5 de dezembro de 1988. À data há grupos em quase toda Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Panamá, Méjico e Espanha.Os grupos não têm assistência médica, religiosa ou psicológica, estão constituídos por pais que perderam seus filhos ou tudo aquele que sofre a perda de um ser querido. → CÓMO AYUDARSE CUANDO FALLECE UN HIJO → GRUPOS RENACER