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27jun2009
27jun2009

CARTA CONTRA Os MITOS DO AUTISMO

Palomas
CARTA CONTRA Os MITOS DO AUTISMO E SEU USO PEJORATIVO
Muitas vezes para manifestar que alguém é distraído, desmemoriado, grosseiro, indiferente, desatento se recorre à palavra Autismo, inclusive para agredir ao outro.
Copiei do blog de Anabel → EL SONIDO DE LA HIERBA CRECER esta carta, que seria bom lessem os comunicadores, as escolas de jornalismo e nós. A estas alturas ninguém pode dizer ‘não sei de que se trata’, bem como se utiliza o termo 'Mogólico' para agredir ao outro.


Estimado amigo:
Dirigimo-nos a você por seu importante labor como líder de opinião. Somos pais, familiares e amigos de pessoas com autismo. Convivemos com elas, vemos como avançam, em muitos casos com uma intervenção especializada, e de que forma se preparam para ser um mais neste mundo onde há cabida para a diversidade.

No entanto, difundem-se com demasiada freqüência informações e mitos que nada têm que ver com o autismo. Inclusive se está pondo de moda recorrer à palavra “autismo” para desqualificar. Ouvimos como insulto nas discussões acaloradas entre políticos, lemo-la na imprensa quando querem criticar a alguém, øsuportamo-la em cartazes de manifestações contra dirigentes...É uma pena que autismo vá sócio a conotações negativas e seu uso “metafórico” também.

Ainda que o transtorno autista implica um espectro e há diferentes tipos de afectação, todos merecem um trato respeitoso que nunca se consegue usando esta condição como insulto ou menosprezo. Em qualquer caso, nem os meninos mais afetados respondem ao estereótipo de ser frios, ariscos e fechados. As pessoas com autismo sentem e sabem demonstrá-lo. Se se conhecesse sua realidade, o sorriso dos meninos ao receber um presente ou, até nos melhores casos, sua felicidade ao jogar com outros, sua satisfação quando aprenderam algo novo, como tentam por todos os meios comunicar-se e os esforços que realizam para aprender as regras sociais, a ninguém se lhe ocorreria mais do que associar autismo com “superação”, “esforço”, “nobreza”, “carinho” ou “sensibilidade”.

A prevalência do autismo hoje em dia é o suficientemente significativa como para promover ações de informação e sensibilização, com afirmações que se apóiem em evidências científicas e ajustadas à realidade. Segundo o Instituto de Saúde Carlos III, um de cada 250 meninos apresenta algum transtorno dentro do espectro (http://iier.isciii.es/autismo/). Há mais de 200.000 afetados em Espanha e 67 milhões em todo mundo.

Por esta razão, celebramos qualquer tentativa de entendimento do autismo desde os meios de comunicação. Não é uma doença, senão um conjunto de disfunções neurológicas com manifestações comportamentais que se detectam já nos primeiros anos de vida com deficiências na comunicação, na interação social e a aparição de interesses restringidos, repetitivos e estereotipados.

Hoje em dia, os avanços se produzem sempre e, em alguns casos, a passos de gigante. Com uma estimulação adequada, sempre dependendo do grau de afectação, evoluem para metas impensáveis faz uns anos. E, até nos casos em que os avanços são pequenos, estes enchem muito a suas famílias e significam uma grande superação pessoal. Por isso, deveríamos lutar todos juntos para favorecer a inclusão.

Não queremos roubar-lhe mais tempo, mas sim propor-lhe que nos ajude a acabar com os preconceitos, os mitos ou os usos pejorativos que a nós nos doem, além de ser um obstáculo terrível para os afetados e sua inclusão. Estamos a sua disposição se deseja informar-se ou escrever sobre o autismo.
Uma cordial saudação.

Anabel Cornago, mãe de um menino com autismo e bacharel em Ciências da Informação pela Universidade de Navarra, Dra. Ana Luengo, mãe de dois meninos, um com autismo, e professora de Literatura na Universidade de Bremen, Eva Reduello, mãe de uma menina com autismo, Ana Cortijo Sanz, mãe de um menino com autismo, Inés Casal, mãe de um menino com autismo, M. Cruz de Silva Rubio, mãe de um menino com autismo, Esther Cuadrado, mãe de um menino com autismo.

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