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RECOBRANDO Os SORRISOS

Palomas
A sala de espera para os garotos é um pátio no que podem jogar, desenhar ou disfarçar-se para atuar Foto: Fernanda Corbani

Obrigado à associação PIEL, que cumpre mais 20 anos de 1500 garotos recobraram o sorriso Uma organização não governamental conserta as fissuras de lábio e paladar grátis ou a muito baixo custo
Por Fabiola Czubaj Da Redação da NACION

Cada ano, pouco mais de mil bebes dos que nascem na Argentina o fazem com uma fissura no lábio, o paladar ou ambos que se pode consertar sem deixar cicatrizes dentro dos primeiros dias de vida. Até agora, mais de 1500 recuperaram seu sorriso e 30% dos recém nascidos com essas malformações recebem anualmente tratamento gratuito ou a muito baixo custo numa associação reconhecida no mundo.

"Quando nos visitam experientes estrangeiros esperam ver um centro do tamanho do hospital Garrahan, não podem crer todo o trabalho que fazemos cá", comenta o doutor Ricardo Bennun, diretor da Associação Plástica Infantil com Excelência no Lucro, mais conhecida como PIEL.
Além de seu consultório, na antiga casona remodelada de Avellaneda, os pacientes aguardam seu turno jogando, disfarçados ou gateando.
Na sala de espera, os pais conversam sobre problemas comuns e os médicos se confundem com eles porque o guardapolvo está proibido. "É para que os garotos não se assustem -aclara Bennun-. Estamos todos num mesmo centro para que os pais não percam horas de trabalho e possam fazer todas as consultas o mesmo dia."

A reparação dessas malformações é tediosa e muitos pais abandonam no caminho por problemas econômicos, trabalhistas ou porque seus outros filhos também lhes reclamam atendimento. O 50% dos garotos com fissuras fica sem tratamento por esses motivos ou por falta de orientação adequada. "É uma cifra muito alta para uma malformação que se solucionaria facilmente com um programa nacional, que por agora não existe", diz o cirurgião.

Pese a tudo, nestes 20 anos PIEL conseguiu que os hospitais lhes derivem aos garotos imediatamente depois do parto, que não cometam erros nas medidas que tomam e que as mulheres confiram precocemente. O 40% das consultas pela primeira vez em PIEL é de gestantes, já que a malformação pode detectar-se com uma ecografia a partir do quinto mês de gestação.

"Quando nasce um bebe num centro onde se desconhece este problema, o primeiro que se assusta é o neonatólogo e o segundo, o obstetra -enumera Bennun-. Saem correndo da sala de parto com o bebe porque não sabem que dizer-lhe à mamãe. Depois, se o dizem ao pai, que se descompõe e quiçá abandona à mãe. O bebe chega a terapia intensiva, onde lhe colocam uma sonda nasogástrica, que é o pior que se lhe pode fazer porque é um bebe normal que precisa estar com a mãe e succionar, que é o estímulo necessário para seu desenvolvimento."

Se o bebe perde esse reflexo, a equipe deve reeducá-lo ("o que é dificilísimo", aclara), porque a sucção o ajuda a usar os músculos da boca, além de cobrir suas necessidades nutricionais e reforçar o vínculo com os pais.

Inicialmente, PIEL se propôs atender a menores de 18 anos, mas começaram a conferir maiores de 60 com até 32 operações malfeitas. "Não podemos jogar a ninguém e até passamos períodos muito duros, como em 2001, com garotos que chegavam desnutridos", recorda Bennun. Por isso deveram criar um banco de alimentos, leite e medicamentos. "Primeiro tínhamos que pôr aos garotos em condições ótimas de saúde e recém depois operá-los."

Duas décadas
Faz 20 anos, quando Bennun regressou ao país depois de especializar-se em cirurgia craneofacial na Universidade de Harvard, em seu consultório do hospital Garrahan não recebia a bebes, senão a garotos de 3 anos ou mais.

"Como os podia operar aos 3 anos e com uma lista de espera de um ano se tinha aprendido que o lábio leporino se deve operar antes dos 3 meses e o paladar ao ano? -recorda-. No desespero, inventamos uma «operação comando» para consertar o lábio e o paladar ao mesmo tempo."

A formação de um clube de pais de pacientes atendidos nos hospitais pediátricos Garrahan e Gutiérrez foi o pontapé inicial de PIEL. "Estes garotos não são um lábio, senão seres humanos com um problema que, como está localizado na cara, provoca-lhes muitos inconvenientes", precisa Bennun. Entre eles, problemas para succionar, respirar, deglutir, falar e até sorrir.

Se a reparação não está terminada aos 6 anos para começar a escola, a equipe assegura que ficam discriminados. "Lamentavelmente, quem não luz bem ou não fala bem é enviado a escolas especiais", finaliza o diretor de PELE, que funciona graças a um bônus contribuição de 100 pesos anuais que pagam "padrinhos" voluntários ASOCIACIÓN PIEL e subsídios da organização internacional The Smile

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