Durante os próximos meses terá múltiplas atividades em 136 países com o lema "O universo é seu para que o descubra"
Extraído da nota de Nora Bär
Imágem: : Alfred Gockel
Faz 400 anos, um professor de matemática italiano mudou para sempre a imagem que o ser humano tinha de si mesmo como centro da Criação. Fê-lo armado de um dispositivo que então parecia quase mágico porque acercava os objetos distantes, mas que considerado à luz de nossa tecnologia é de uma precariedade comovedora: mal duas lentes dentro de um tubo de madeira ahuecada, unido por faixas de cobre e forrado de papel. O professor era nada menos que Galileo Galilei e seu instrumento, o telescópio (atribuído em outros a um tal Hans Lipperhey, de Holanda, que em 1608 tinha tentado patenteá-lo), com o que a fins de 1609 observou pela primeira vez as crateras, montanhas e planícies da Lua; semanas mais tarde, quatro das luas de Júpiter; e mais tarde, as fases de Venus. Para comemorar essa data (apesar de que astrônomos e historiadores britânicos sustentam que foi uma figura menos conhecida, o inglês Thomas Harriot, o que fez o primeiro desenho da Lua através de um telescópio vários meses antes, em julho de 1609), a União Astronómica Internacional (IAU, segundo suas siglas em inglês) e as Nações Unidas lançam esta tarde na sede da Unesco o Ano Internacional da Astronomia, uma celebração da antiga paixão do ser humano por escrutinar o universo em procura de respostas. Incluirá palestras, ateliês e atividades públicas de todo tipo em 136 paíse, desde "maratonas" de observação através de telescópios durante 100 horas consecutivas que se espera que incluam a mais de 10 milhões de pessoas, jornadas de portas abertas nos observatórios, campanhas para diminuir a contaminação lumínica das cidades que impedem ver o céu noturno a mais de um quinto da população mundial, até a posta em órbita dos telescópios científicos europeus Herschel e Planck. As observações de Galileo tiveram uma transcendência enorme, porque respaldaram a teoria proposta por Copérnico 70 anos antes. Segundo explica o historiador da ciência Owen Gingerich num artigo recentemente publicado em Nature, que Venus exibisse diferentes fases mostrava que o planeta girava em torno do Sol, e as montanhas e os vales da Lua indicavam que era parecida à Terra e não uma esfera de éter cristalino, como se pensava. Para o especialista de Harvard, "Desde então, os dispositivos astronómicos têm estado no coração da busca da humanidade por seu lugar no universo. Poderia argumentar-se que são tão úteis [ou inúteis] para o progresso humano como a poesia. Mas [...] como a grande poesia ou a construção de uma catedral gótica, a cosmologia é uma viagem do espírito humano [...] para entender nosso lugar na intrincada trama do tempo e o espaço". Nestes quatro séculos, o aperfeiçoamento do telescópio nos permitiu remontar-nos a profundidades cada vez maiores do oceano cósmico. Descobriram-se miríadas de estrelas e galáxias, entre as quais a Terra e seu astro doméstico são mal comparáveis a um grão de areia na vastedad da praia. Talvez, escreve Gingerich, nos próximos 400 anos novos e mais avançados instrumentos permitirão contestar outra das perguntas que inquietam aos seres humanos: estamos sós no universo? → OUTUBRO DE 1608: O invento Hans Lipperhey, nos Países Baixos, tenta patentear um assombroso instrumento que faz ver mais cerca objetos distantes. → DEZEMBRO DE 1609: As observações Galileo usa o catalejo para divisar as crateras, montanhas e planícies da lua. → JANEIRO DE 1610: Um novo universo Um mês mais tarde, já tinha descoberto quatro luas de Júpiter. E para o final desse ano, as fases de Venus. → 1668: Nasce o telescópio moderno Foi criado por Isaac Newton. É do tipo dos "reflectores", nos que a luz se reflete no espelho primário e é coletada por um pequeno espelho secundário inclinado a 45 graus para dirigí-la ao observador. → 1974: Outro avanço crucial Surge o telescópio catadióptrico, que combina as vantagens dos reflectores e os refractores. Utiliza dois espelhos e um lente. → 1990: Lançam o Hubble Os astronautas despregam o gigantesco telescópio, que, desde a órbita terrestre e sem as distorções da atmosfera, captura imagens incrivelmente nítidas do cosmos. → Os PROXIMOS 40 ANOS se instalarão telescópios que superarão tudo o conhecido Revolucionarão a astronomia e nosso entendimento do universo. |
2 CA CHORROS:
Olá amiga Graciela...belo post...Espectacular...
Beijos
obrigada Fernando!!!...tens meus abraços!!!
Gracias por comentar