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SABEDORIA POR LA PAZ

Palomas
PUBLICADO POR PEDRO DE EXISTIR É RESISTIR
Imágem: Google


¡Quase nada, a paz mundial! Aqui me colei, pensarão vocês. Mas não me julguem severamente antes de ouvir (ou ler) o que tenho que dizer ao respecto. Por que incluo este capítulo arriscando-me a parecer presuntuoso e exagerado? Quando se lhe pede um desejo a alguém de forma geral, quase todo mundo pensamos no mesmo: a paz mundial. Por suposto que todos cremos que isto é algo desgrenhado e impossível (eu incluso), mas no entanto não nos impede que sigamos desejando-o ferventemente. Por isso precisamente me agradaria falar sobre isso; já que é algo que a todo mundo nos interessa e porque a única forma de acercar-nos a esse desejo é através da sabedoria.Por que costumamos ver a paz mundial como algo longínquo e impossível? Muito singelo, porque quase todo mundo crê que é algo que só compete aos governos, organismos oficiais, exércitos e restantes organizações que trabalham exclusivamente para este fim. Esse é o erro que todos cometemos e pelo qual é tão difícil de conseguir a tão ansiada paz.

“Para que tenha paz no mundo,é necessário que as nações vivam em paz.Para que tenha paz entre as nações,as cidades não devem levantar-se uma contra outra.Para que tenha paz nas cidades,os vizinhos devem entender-se.Para que tenha paz entre os vizinhos,faz falta que reine a harmonia no lar.Para que tenha paz em casa,há que a encontrar no coração de cada um.”

Esta é uma de minhas citações favoritas, pertence ao criador do taoísmo chinês Lao Tse. Resume perfeitamente a idéia que trato de transmitir. Se realmente se deseja a paz, primeiro há que a procurar em nosso interior e em nosso meio. Vocês pensarão que muito pouco podem fazer para evitar que se briguem israelitas e palestinos, por exemplo, e têm razão, isso lhes pilha longe. Mas pensem que o que agora está ocorrendo ali e em outros muitos países, qualquer dia pode ocorrer aqui, no nosso, como aliás já passou em outros tempos, e a única forma de evitá-lo está em cada um de nós. Recordem as palavras de John Lennon:
“Que ocorreria se estourasse uma guerra e ninguém vai?”
, ou algo parecido.
Ademais, uma guerra não tem porquê ser só a base de bombas, tanques, soldados e aviões; a proliferação da violência de rua, a falta de segurança nas cidades, o fanatismo religioso e político, o aumento dos acidentes de tráfico, o vandalismo nos acontecimentos desportivos, o racismo e a xenofobia, etcétera. Em definitiva, qualquer ato que viole a harmonia entre cidadãos se poderia considerar como um ato de guerra, já que estes provocam milhares de mortes e danos, tanto físicos como materiais, todos os anos em qualquer país, independentemente do grau de desenvolvimento deste.E não me poderão dizer que não está em suas mãos o evitar muitas destas ações que acabo de mencionar. O pacifista índio Prem Rawat o define da seguinte forma:

“Não é o mundo o que há que arrumar, senão as pessoas. No momento em que cada ser humano esteja em paz interiormente, terá paz no mundo.A paz, a alegria e a autêntica felicidade não existem para que pensemos sobre elas, senão para que as sintamos. Cremos que precisamos uma explicação do que é a paz, mas a paz não se pode explicar; só se pode sentir.As sociedades não têm paz. As sociedades não existem, como também não existem os governos; só existe a pessoa. A paz é algo singelo, algo que deve sentir cada indivíduo. Quando esquecemos o significado de estar em paz e nos limitamos a aferrarnos às fórmulas para conseguí-la, surgem os problemas.A paz e a felicidade são inerente a nós mesmos e, quanto mais tentamos provocá-las, mais nos afastamos delas.”

Tudo isto podem parecer palavras muito bonitas mas à hora da verdade vocês se perguntarão e daí posso fazer eu como indivíduo para que no mundo se viva melhor? É fácil, ninguém lhes pede que façam nada do outro mundo, simplesmente que atuem de forma correta em todo momento: Tentaram falar com o vizinho quando este põe a rádio muito forte em vez de contraatacar subindo o volume da televisão?; pode que se levem uma surpresa muito reconfortante. Convido-lhes também a provar a sensação tão agradável que se experimenta quando nos subimos em nosso automóvel e nos propomos respeitar todos os sinais de tráfico, sem importar-nos o que pensem os demais condutores, sem pôr-nos nervosos quando nos encontramos no meio de um congestionamento, o qual, seguramente, não terá sido provocado por ninguém em particular deliberadamente, e que também não poderemos solucionar tocando o claxon ou xingando aos motoristas que nos precedem. Animo-lhes a que se ponham no lugar da outra pessoa antes de criticá-la, xingá-la ou falar sobre ela sem que esteja presente. Provem também a pensar que seu chefe só faz seu trabalho quando lhes chama o atendimento e que, se vocês fizessem o seu corretamente, seguramente não teriam por que enfrentar-se. Conciénciense em que as palavras de por si não têm por que fazer dano se um não quer. Tentem dar-lhe uma esmola ao ancião indigente que se encontram todos os dias quando vão ao trabalho; a vocês não lhes custará nada e verão o contento que se põe ele. Antes de dizer uma mentira, pensem nas conseqüências que poderia arcar-lhes a vocês ou a outra pessoa.São só alguns exemplos, seguro que a vocês se lhes ocorrerão muitos mais, de situações nas que nos vemos envolvidos todos os dias e que podem romper a harmonia e a paz em qualquer momento; tenham em conta também que duas não discutem se um não quer.Na maioria das ocasiões, para que as coisas funcionem melhor, evitando-se muitos problemas, não é necessário ser amáveis, nem educados, nem solidários, nem sequer «boa gente», só basta com algo muito singelo: cumprir as leis estabelecidas. Tão fácil e tão difícil ao mesmo tempo. Evidentemente, com educação, solidariedade e empatia tudo iria muito melhor, é mais, não seriam necessárias nem as leis, mas claro, isto se que é uma utopia.
Como dizia Aristóteles:
“Quando os homem se amam uns a outros, não é necessária a justiça. Não há nada mais justo no mundo do que a justiça que se inspira na benevolência e na afecção”.

O verdadeiro é que nesta sociedade o que prevalece é tudo o contrário: incumprir a maioria de leis possíveis. Ninguém vai por aí presumindo de ter feito uma viagem em carro de mil quilômetros sem ultrapassar em nenhum momento os limites de velocidade, no entanto, caso contrário estou seguro de que todos conheceremos algum caso; e ainda que nós não o façamos diretamente, convertemo-nos em cúmplices quando lhe rimos a graça a quem sim o faz em vez de reprenderle.Se o preferem podem pensar que o atuar corretamente é uma ação puramente egoísta, já que os primeiros beneficiados vamos ser nós mesmos. Não há maior felicidade do que viver entre gentes felizes. Já nos o dizia também Aristóteles:
“Os que fazem bem são os únicos que podem aspirar na vida à glória e à felicidade. Se os prazeres do vulgo são tão diferentes e tão opostos entre si é porque não são, por sua natureza, verdadeiros prazeres. As almas cultas, que amam o belo, só agradam dos prazeres que por sua natureza são prazeres verdadeiros, e o são tais todas as ações conformes à virtude, que agradam a estes corações bem nascidos, e lhes agradam unicamente por si mesmas. O que não encontra prazer nas ações virtuosas não é verdadeiramente virtuoso.”

Ou também:
“Se todos os homem lutassem unicamente pela virtude e dirigissem sempre seus esforços a praticá-la, a comunidade inteira veria em conjunto todas suas necessidades satisfeitas; e cada indivíduo em particular possuiria o maior dos bens, já que a virtude é o mais precioso de todos. Se chegaria a deduzir esta dupla conseqüência: de uma parte, que o homem de bem deve ser egoísta, porque fazendo o bem resultará ao mesmo tempo um grande proveito pessoal e servirá ao mesmo tempo aos demais; e de outra, que o homem mau não é egoísta, porque só conseguirá prejudicar-se a si e danar ao próximo, seguindo suas más paixões. Toda inteligência escolhe sempre o que é melhor para ela, e o homem de bem só obedece à inteligência e à razão.”

Depois disto podemos afirmar sem medo a equivocar-nos que é de pessoa inteligente o atuar corretamente em todo momento, procurando, não só o bem dos demais, senão também, e sobretudo, o seu próprio. Pensem em isto à hora de fazer a declaração de Fazenda, quando conduzem seu veículo, no trabalho, quando discutem com seu casal ou amigos, à hora de falar-lhes a seus filhos, quando saem à rua e se enfrentam com os desconhecidos e, em general, em todos os momentos de suas vidas.
Outra coisa importante a ter em conta é que o Bem e o Mau se encontram presentes em cada um de nós em todo momento. Qualquer de nós poderia converter-se em determinadas circunstâncias no pior dos demônios, ou bem, em tudo o contrário, sem que possamos fazer nada, ou quase nada, por evitá-lo. Esta idéia a transmite muito bem o autor Paulo Coelho em seu livro O demônio e a señorita Prym. Nele, o santo lhe faz compreender ao bandido que ambos são praticamente iguais; os dois têm os mesmos desejos, sentem prazer pelas mesmas coisas, também compartilham sentimentos de ódio e desprezo para o mesmo, desfrutam do mesmo modo, etc. Só lhes diferencia um detalhe: o santo é capaz de controlar todos estes sentimentos. Precisamente, essa pequena diferença, é a que pode salvar-nos em algum momento determinado de nossas vidas de cair nas garras do demônio que todos levamos dentro. Também a sabedoria nos ajudará a reforçar este autocontrole que todos precisamos para poder viver em paz em todo momento, apesar das adversidades que, sem dúvida, surgirão quando menos esperemos, fazendo perigar essa tranqüilidade e estabilidade a que estamos habituados.

Não estou muito seguro de ter-lhes convicto mas lhes posso assegurar que a meu não me cabe nenhuma dúvida com respeito a que a sabedoria pode ajudar-nos a conseguir a paz no mundo.

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