Fernando Ordem Roda 2º de Ensino médio, de Ciências da Saúde. IES Bioclimático, de Badajoz. II Prêmio do II Concurso Nacional 'Carta a um maltratador', convocado pela Associação 'Juntos contra a violência doméstica'
Visto no blog de Malina CONECTA BLOG
Imágen: Claudia Moya
"Para ti, cornudo: Porque o és, porque a humilhaste, porque a menosprezaste, porque a golpeaste, abofeteado, cuspido, xingado… porque a maltrataste. Por que a maltratas? Dizes que é sua culpa, verdade? Que é ela a que te saca de tuas casinhas, sempre contradizendo e exigindo dinheiro para coisas desnecessárias ou que detestas: detergente, bayetas, verduras… É então, no meio de uma discussão quando tu, com tua 'método de disciplina' tentas educá-la, para que aprenda. Em cima lloriquea, se ademais vive de teu salário e tem tanta sorte contigo, um homem de idéias claras, respeitável. De que se queixa? To direi: Queixa-se porque não vive, porque vive, mas morta. Fazes que se senta feia, bruta, inferior, torpe… A acobardas, empurra-la, dás-lhe pontapés…, pontapés que eu também sofria. Até aquele último dia. Eram as onze da manhã e mamãe estava sentada no sofá, a mirada dispersa, a cara pálida, com ojeras. Não tinha dormido em toda a noite, como outras muitas, por medo a que chegasses, por pânico a que aparecesses e te apetecesse trepá-la (fazer amor dirias) ou dar-lhe uma surra com a que costumavas esconder a impotência de tua borracheira. Ela seguia guapa apesar de tudo e eu me tinha ficado calmo e confortável com meus piernecitas dobradas. Já tinha feito a casa, fregado o solo e passado tua roupa. De repente, soa a fechadura, sua mirada se dirige para a porta e apareces tu: a camisa por fora, sem gravata e ébrio. Como tantas vezes. Mamãe tremia. Eu também. Ocorria quase cada dia, mas não nos acostumávamos. Em ocasiões ela se tinha perguntado: e se hoje se lhe vai a mão e me mata? A pobre cria que tinha que agüentar, no fundo pensava em parte era culpa sua, que tu eras bom, davas-lhe um lar e uma vida e em mudança ela não conseguia fazer sempre bem o que tu querias. Eu tentava que ela visse como és em realidade. Se o explicava porque queria fugir de ali, ir-nos os dois…Mas, desafortunadamente, não consegui fazer-me entender. Acercaste-te e suavas, ainda tinhas vontade de festa. Mamãe disse que não era o momento nem a situação, suplicou que te acostases, estarias cansado. Mas tua realidade era outra. Crês que sempre podes fazer o que queres. FORÇASTE-A, agarraste-lhe as bonecas, empurraste-a e a empotraste contra a parede. Como sempre, ao final ela terminava cedendo. Eu, a minha maneira gritava, dizia: mamãe não, não o permitas. De repente me ouviu. ¡Esta vez sim que não!–disse para adentro-, sujeitou tuas mãos, te propinó um bom codazo e conseguiu escapar. Recordação como mudou tua cara nesse momento. Surpreso, confuso, claro, porque ela jamais se tinha negado a nada. Me pus contente antes de tempo. Porque tu não ia-lo consentir. Era necessário o castigo para educá-la. Quando uma mulher faz algo mal há que a ensinar. E o que funciona melhor é a força: murro pela boca e pontapé pela barriga uma e outra vez… E sucedeu. Mamãe começou a sangrar. Com cada golpe, eu tropeçava contra suas paredes. Agarrava seu útero com meus manitas tão pequenas ainda porque queria viver. Saía o sangue e eu me debilitava. Doía-me tudo e me doía também o corpo de mamãe. Creio que sofri alguma rotura enquanto ela caía desmaiada num charco de sangue.Por ti nunca cheguei a nascer. Nunca pude pronunciar a palavra mamãe. Maltrataste a minha mãe e me assassinaste a mim. E agora me dirijo a ti. Esta carta é para ti, cornudo: por ela, pela que deveu ser minha mãe e nunca teve um filho. Também por mim que só fui um feto a quem negaste o direito à vida. Mas no fundo, sabes?, algo me alegra. Mamãe se foi. Muito triste, mas serenamente, sem violência, denunciou-te e deixou que a justiça decidisse teu destino. E outra coisa: nunca tive que levar teu nome nem chamar-te papai. Nem saber que outros filhos felizes de pais humanos assinalavam ao meu porque no bairro todos sabiam que tu és um maltratador. E como todos eles, um homem débil. Uma alimaña. Um cornudo." |
És livre de poder distribuir este artigo. Não à violência de gênero!!!
2 CA CHORROS:
Graciela querida amiga,
un texto muy elocuente una triste realidad en la mente el día de hoy.
Es urgente que informe todos los casos de violencia que sabemos acerca de!
Beijinhos y buen fin de semana,
Ana Martins
Si Anita é necessário que se denunciem os maltratos. Quiçá antes se ocultavam???, hoje os relatos de muita gente nos avisa do perigoso que é deixar-se maltratar...beijinhos BOM DIA DA AMIZADE!!!
Gracias por comentar