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PABLO PINEDA

Palomas
Para os que pensamos que os meninos, jovens ou adultos ‘com outras capacidades’, podem-se inserir nas sociedades de maneira natural, deixo-lhes uma reportagem realizada a Pablo Pineda, docente, estudante de Psicopedagogia, com Síndrome de Down. Pablo cursou seus estudos na escola pública, tem plena consciência do que padece.
Dedicado a meus amigos da infância, adolescência e maturidade…a meus preciosos Violeta e Ander, seus amigos, os papais!!!



Pablo Pineda, o primeiro universitário europeu com síndrome de Down. Este jovem terminou a carreira de Magistério, está acabando Psicopedagogia e já foi o protagonista da película Eu também, no que narra sua própria história. "Levo 15 anos aparecendo nos meios e falando da integração, da normalização. Não há que estar sempre explicando-se à gente. Vim aqui a dar classe, uma lição de cinema. E é o que fiz. Porque sou professor, independentemente de que tenha, ou não, síndrome de Down".

"Claro que me agradaria dar classe. Para isso estudei Magistério e por isso me faltam só quatro matérias para terminar Psicopedagogia. Mas sei que, se acabo trabalhando de maestro, será bestial para a sociedade. As famílias seguem tendo medo às pessoas com Down, a que sejam mestres, a que sejam os noivos de seus filhos ou filhas...".

"Eu estou cansado de ser o eterno aluno, o eterno menino. Agora me toca a mim dar a classe".

Os veintitantos meninos lhe escutaram durante 45 minutos como fazem com qualquer professor. Ainda que esta vez era especial. Falou-lhes de cinema. O malagueño, nascido em 1974, acaba de protagonizar o longa metragem Eu também e conhece de primeira mão o que contou às crianças: a importância do roteiro, a fotografia, a direção de atores, o poder da trilha sonora... De maneira singela e didática, o maestro explicou os passos para realizar uma película.

Os alunos -entre eles um menino com síndrome de Down- lhe interromperam um par de vezes para fazer-lhe perguntas. Mas todas elas relacionadas com a lição. Que Pablo tivesse um cromossomo mais no par 21 original parecia trazer-lhes sem cuidado. Também não o docente mencionou o tema primeiramente. Não vinha ao caso. Era um professor dando uma classe. Só quando uma aluna lhe inquiriu pelo título da película Eu também, o maestro aclarou que "é uma forma de metaforizar uma reafirmação de direitos das pessoas com síndrome de Down: eu também posso, eu também posso fazê-lo, eu também posso estudar, eu também posso apaixonar-me". Todos calaram. E a lição seguiu.

"É um arma de duplo fio. As famílias com meninos Down, podem pensar que todos podem terminar uma carreira. E isso não sempre passa. As pessoas são diferentes. Não há por que ser um Pablo Pineda e chegar à Universidade. Também não há que cair em que seu filho não chegará a nada. O ideal é um meio-termo, educar-lhes para conseguir sua autonomia, para que sejam felizes. Mas para isso também há que lhes dar liberdade, fugir da sobreprotección de alguns pais e permitir-lhes aprender das más experiências, dos paus, do sofrimento. Só assim se avança".

Diz Pablo Pineda que a primeira notícia de que era síndrome de Down o seu a teve aos seis ou sete anos. “Um professor de universidade que levava o Projeto Roma, dom Miguel García Melero, no despacho do diretor me perguntou: ‘Tu sabes que és síndrome de Down?’. Eu, inocentemente, disse-lhe que sim, ainda que não tinha nem idéia. Ele o notou e se pôs a explicar-me que era isso, ainda que não era genetista, senão pedagogo. E eu, como a tudo lhe saco ponta e tenho essa agudeza mental, disse-lhe: ‘Dom Miguel, sou tonto?’.”

– Por que lhe perguntou?
–Não sei. É difícil sabê-lo. Quiçá, se aos seis anos te associam com uma síndrome, tu o associas a ser tonto ou não. Ele me disse que não era tonto, e lhe perguntei: “E vou poder seguir estudando?”. O me disse: “Sim, por suposto”. Depois começou o processo da rua; os meninos começaram a dizer-me: “Pobrecito, está malito”. E eu me zangava, porque não estava enfermo.

– Mas sim vias que tua cara era diferente.
– Isso si. Que tinha os olhos mais alongados, que as mãos não eram iguais. Não tinha visto a outros meninos com síndrome, mas quiçá tinha a mosca por trás da orelha. Quiçá tinha uma inquietude. E isto da síndrome, que falha será? Em casa, meus pais nunca me tinham comentado nada, mas depois da primeira notícia lhe perguntei a minha mãe: “É verdade que sou síndrome de Down?”. Estava com meu irmão Pedro, o maior, que estudava medicina naquela época, e começou a explicar-me o que era a genética, os genes; assim me fui inteirando. E voltei a fazer-lhes a mesma pergunta que ao professor: “Posso seguir estudando?” “Claro”, disseram os dois, “sem problemas”. Estava muito a gosto no colégio, com meus colegas. Depois, durante um tempo, não tive interesse de saber mais; até que comecei a estudar a carreira de magistério, aos 21 anos, ao tocar o campo da educação especial: aí é quando me inteiro do que é esta incapacidade. Ainda que, ao descrevê-la, os livros falavam de que era uma doença e da cultura do déficit, de todos os problemas que têm. Muito negativo. E quando comecei a lê-lo me disse: eu não sou assim.

PODES SEGUIR LENDO A REPORTAGEM AQUI:
ESTIMULAÇÃO TEMPORÃ

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