
Mitos Falsos sobre o Menino com autismo e Seus Pais
Por Anabel
Vou respirar fundo antes de começar a escrever. Acabo de escutar uma entrevista do passado 5 de maio no programa de Federico Jiménez Losantos (na COPE) ao doutor Luis Madero que constata uma vez mais tudo o que temos do que lutar para acabar de uma vez por todas com os mitos do autismo. Mais do que nunca devemos unir-nos para desterrar conceitos que muito pouco têm do que ver com nossos filhos e conosco seus pais. ¡Já está bem! E que seja precisamente um médico quem divulgue tal quantidade de informação errônea… E que um meio de comunicação se preste, sem contrastar nem documentar-se, a difundir mentiras que tanto dano fazem… As coisas mudaram, mas alguns não querem vê-las. Aqui podeis escutar a devastadora entrevista: http://www.cope.es/detalle_programa,20,1,28813 E estas são, em resumo, as burradas que se dizem: (escrevi muito rápido, tentarei melhorar o texto o antes possível) • Mentira 1: “A pouca afetividade que recebem estes meninos desde que nascem de seus pais –pais frios e muito intelectuais- é uma das principais causas do autismo, unido a outros fatores como as alterações cognitivas e as bases bioquímicas”. Verdade: Faz já tempo que a teoria das mães “geladeira” e o trauma por não receber afeto –baseies da corrente da psicanálise- caíram por seu próprio peso. Muitas vezes penso nesses pobres pais que tinham que escutar que eles eram os “culpados” do autismo de seu filho, e viam como os separavam de seu tesouro para interná-lo numa instituição de por vida. Não é um horror?, como se pode hoje em dia nem sequer fazer menção a essa possibilidade? Até faz uns anos, esta era a terrível realidade o autismo: meninos separados do amor de seus pais, meninos internados em instituições... Todo menino precisa a seus pais, tenha ou não autismo. Precisamente a intervenção dos pais no dia a dia, seu carinho, sua constância, a estabilidade familiar… são de uma ajuda absoluta. É que este tema me põe má. E não seria esta falsa crença uno das origens de tantos mitos, erros e danos? • Mentira 2: “O autismo é uma doença psiquiátrica e psicopatológica”: Verdade: O autismo é um transtorno profundo do desenvolvimento. Não é uma doença –de fato, uma doença tem cura-, senão uma síndrome, isto é, um conjunto de sintomas que em cada menino se combinam de forma diferente. Por isso não há duas pessoas com autismo iguais. Os sintomas afetam a três áreas: - Linguagem e comunicação. Ainda que tão só o 50% das pessoas com autismo chegam a falar, existem muitas fórmulas para conseguir a comunicação: apoio visual com imagens linguagem com símbolos, computador, etc. E quanto aos problemas de linguagem comunicativa, com uma terapia adequada se lhes pode “ensinar a aprender”. - Socialização: quiçá seja o área mais complicada, mas com constância e trabalho estruturado se conseguem grandes lucros para o desenvolvimento da empatia, a expressão de necessidades ou o conhecimento das regras sociais. - A flexibilidade mental e de comportamento: trabalhando pouco a pouco, com pequenos objetivos, sabendo oferecer alternativas, antecipando o que vai passar, fomentando a interação ou aproveitando seus interesses para acercá-los aos nossos se pode conseguir uma grande flexibilidade no comportamento. • Mentira 3: “A recuperação é muito escassa” Verdade: Hoje em dia, os avanços se produzem sempre e, muitas vezes, a passos de gigante. Com uma estimulação adequada, quando mais intensa melhor, tendo sempre as metas muito claras e tentando a interação e um ambiente divertido nossos filhos evoluem para metas impensáveis faz uns anos. Oxalá que os diagnósticos cheguem antes, para poder começar de imediato a trabalhar. Aí é onde deveriam incidir os médicos, o que deveriam divulgar os meios de comunicação: informar, por exemplo, sobre os sintomas do autismo, sabê-lo reconhecer a tempo, e ante a menor suspeita oferecer uma terapia adequada. Dar acesso aos pais a eleger a terapia, que todos os meninos tenham as mesmas possibilidades. Trabalhar em equipe com os pais. Concientizar à população e à administração para que se ofereçam mais ajudas. E favorecer a inclusão.¡Nossos filhos podem bem mais! • Mentira 4: “São meninos que não podem ir a colégios normais” Mãe minha, não só fecham as portas, senão que dão um portazo. Este é um tema delicado onde creio que se deveria escutar bem mais aos pais e colaborar mais entre todos. Terá pais que considerem um centro especial como o mais adequado; outros, combinar um centro especial com um centro normal. E outros se decidiriam por uma escola normal. O que faz falta é criar um modelo educativo ideal com os apoios necessários e o ambiente estruturado preciso para favorecer a inclusão. Todos somos iguais, ainda que diferentes. • Mentira 5: “são meninos muito agressivos que se autolesionan” Verdade: As birras nos acompanharam os primeiros anos de vida de Erik, não vou-o negar. Mas daí a definir a nossos peques como "muito agressivos" há um mundo.Faz dois anos, as birras desapareceram do tudo. Nossa experiência nos diz que sempre há uma razão para as birras, há que conhecer muito bem ao menino para descobrir as causas. Sobre este tema estou reunindo toda a informação para preparar uma entrada no blog. A modo de avanço, comentarei que as razões que encontramos em Erik – e que temos estado trabalhando com sucesso- foram: - Frustração por não ser capaz de fazer algo solito. - Hiperestimulación. Visitas em casa, espaços na rua bulliciosos, um determinado ruído, música, um cheiro muito penetrante, etc. - Comunicação. Seguramente queria dizer-nos algo, mas a falta de linguagem o fazia por então impossível. - Empatia pouco desenvolvida. - Reação a um período de grande evolução. • Mentira 6: “Não há causa genética no autismo” Verdade: Precisamente hoje em dia a causa que mais se baralha é a genética, unida a outros fatores ambientais. Inclusive faz pouco se publicou que se localizou um dos genes que poderia causar o autismo. Há muitíssima documentação sobre o tema, por se alguém estivesse interessado. |
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