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INFÂNCIAS E ADOLESCÊNCIAS

Palomas

A maioria dos pais sobreexige a seus filhos desde o nascimento. Essa pressão pode provocar transtornos psicosomáticos e problemas de conduta nos garotos.
Por: Graciela Gioberchio
Fuente: CLARIN

Que não toquem os vasos do living; que estejam calmos quando a mamãe fala por telefone; que não se enchastren com a comida; que saúdem sempre a todos.

O 83,5% dos papais sobreexigen a seus filhos que não superam os 5 anos. Esperam que resolvam situações difíceis e as vezes impossíveis para sua idade. É o resultado de um vínculo "distorcido", dizem as experientes: os pais se frustram e angustiam porque os garotos não respondem a suas expectativas e reforçam a exigência. Gera-se assim uma escalada de violência que termina com gritos e chirlos. Os garotos, em tanto, sofrem transtornos psicosomáticos e problemas de conduta.

O dado surge de um estudo que abarca a quase 400 pais de Capital e Gran Buenos Aires com filhos de 0 a 5 anos. São papais de classe média, média-alta, que rondam os 32 anos, a maioria são casados, têm estudos terciários e universitários e, em média, dois filhos.

Os resultados deste trabalho do Centro de Assistência e Formação em Saúde Mental Aralma se apresentarão o sábado 21 numa jornada sobre "Infâncias e Adolescências: Novos Devenires Clínicos" que se fará na Faculdade de Psicologia da UBA (mais informação em www.aralma.com.ar).

Ante a crescente demanda de consultas e tratamentos psicológicos para garotos desta idade, sintetizadas em frases como "é um/a nené/a difícil; não o/a posso controlar", os especialistas de Aralma decidiram aplicar uma escala (baseada em 99 perguntas que se utiliza em vários países de Centroamérica) para conhecer o comportamento de pais e mães.



"Papais e mamães sentem que a criação dos garotos é um ônus pesado. Mas os garotos chamados difíceis o são pela complexidade das crenças e expectativas irracionais que os pais têm em relação à idade do filho, já seja por falta de tempo, de dedicação à criação, de paciência ou intolerância aos tempos de desenvolvimento dos pequenos", adverte Sonia Almada, diretora de Aralma.

"Ao final, o vínculo pai-filho termina numa relação de força inevitável e numa escalada de violência. Os pais não estão contentes com isto, põem-se mal, ficam encerrados numa situação por não ter posto regras claras primeiramente", amplia Almada. O trabalho também deixa em evidência que o 72,30% dos papais disciplina a seus filhos com gritos, cachetadas e chirlos.

O trabalho também deixa em evidência que o 72,30% dos papais disciplina a seus filhos com gritos, cachetadas e chirlos. "É o único modo, frustrado, que os papais encontram para conseguir o que em definitiva também não conseguirão. Sim, em mudança, se verá uma deterioração na saúde psíquica do menino e seus vínculos", explica Cristina Blanco, especialista em Meninice, Adolescência e Família.

A etapa de 0 a 5 anos é a pedra fundamental da vida psíquica do menino. "Nos primeiros anos, os garotos precisam uma presença ativa de seus pais. Devem gerar-lhes a sensação de segurança, disponibilidade e respeito por sua individualidade", ressalta Analía Goldín, psicóloga infanto juvenil da UBA.

E agrega: "Se um menino sente que seus pais têm expectativas que ele não pode cumprir, pode-lhe gerar um forte grau de sobreadaptación que pode derivar em doenças psicosomáticas, ou numa grande frustração que se verá refletida em problemas de conduta que vão desde o isolamento à agressão, por exemplo, com seus compañeritos do jardim a quem costumam morder ou colar".

Como começar a ordenar esta situação?
Antes de mais nada, coincidem as especialistas, há que aceitar que não é um problema que o garoto derrame o leite no andar, não guarde os brinquedos, não os compartilhe com outros nenés ou não saúde quando chega de visita a um lugar.

"Quando se começa a entender -assinalam-que para cada situação os garotos precisam seu tempo, a ansiedade de papais e meninos baixa e o clima se volta mais propício para estabelecer regras". Há mais sugestões:
Acompanhá-los em seu desenvolvimento: jogar, ler-lhes contos, compartilhar atividades cotidianas, sem reptos nem exigências. (O 91% dos papais faz poucas ou nenhuma atividade para favorecer isto).

Baixar o apuro de que o menino "cresça", algo que muitas vezes se considera um "afago" e só mostra pais devorados por uma sociedade da imediatez.

Perguntar-se quem precisa determinada coisa, o garoto ou o pai.

Aprender a escutar e a observá-los. Assim, o vínculo fluirá.

Conquanto o estudo foi realizado em Buenos Aires, isto se pode aplicar em qualquer lugar do país.
Aprender a caminhar, deixar os cueiros, a chupeta no tempo que os pais decidam, quando cada menino tem seu próprio ritmo, maturidade.
Dupla escolaridade, ao que se lhe soma computação, xadrez, inglês, danças, futebol e demais.
Pais que parecem transferir as frustrações aos filhos, exigindo que seja ‘o melhor da classe’.
Nos campos de futebol, gritam desaforados a meninos pequeñitos até com insultos, chegando até golpear ao árbitro.
Conquanto em alguns Jardins de Infante se começa com o ensino de inglês e computação, é só a maneira de jogo…ali vão imediatamente a inscrevê-los em centros privados, agregando o computador em casa.
Quando se lhes pergunta o por que, se é uma etapa de jogos, alegam “na escola lhe ensinam, é como ir a piano e não ter um em casa”, meninos chateando com seus amiguitos.
ÀS meninas as vestem como adolescentes…respondendo é a moda…é a moda.
Assim um se encontra com verdadeiros ‘infantes maiores’, onde o espaço para a meninice não é admitido.

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