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EXPLICANDO O INEXPLICÁVEL

Palomas
O abuso sexual se vai dando passo a passo, o adulto seduz e exerce poder sobre a menina ou menino. Os pequenos se encontram atrapados entre o temor de ser castigados e a vergonha de converter-se em cúmplices.Ontem tive uma palestra: os meninos te contam que estão “de noivo com um adulto”, fazes-lhes reflexionar que em realidade está abusando de sua condição.Estou enojada com os PAIS: as vezes só têm a um dos dois, ou foram abandonados; com o ESTADO: estarão inteirados todos os empregados do mesmo do que sucede???, não há estatísticas!!!; com as MÃES que apóiam ao cônjuge, noivo ou como lhe chamem. Não me chamam o atendimento os casos que saem pelos meios de comunicação, vivemos em sociedades que observam sem olhar, que não lhe crêem ao menino, que guardam o lixo sob o tapete da própria casa.
Deixo-lhes um artigo de JOAN MONTANE

A resposta familiar, social, jurídica e, em general, a que se dá desde qualquer âmbito particular ou institucional ante um delito é quase sempre unânime. Bueno, não sempre. Quando se trata de um abuso sexual a um menor as coisas se vêem desde outro ângulo. E um se pergunta porque. Afinal de contas abusar de um menor é um delito. É verdadeiro que a opinião imperante, quando se lhe pergunta a alguém a quem não lhe afete diretamente, é radical e cortante no sentido de considerá-lo como um dos piores delitos possíveis. No entanto se este mesmo fato se pesquisa no meio de um menor abusado é habitual que as posturas estejam muito afastadas da lógica exposta no caso anterior, modificando-se de um modo tão lamentável como incompreensível. O menino não é a prioridade, senão o silêncio, a ocultação e o “aqui não passa nada”. Não sempre; mas sim demasiadas vezes.

A título individual, qualquer pessoa interrogada ao respecto, se mostrará indignada ante um fato como o A.S.I., ainda que coletivamente a maioria prefere passar acima de tão espinhoso tema. Inclusive a título individual, além de umas poucas palavras, quase ninguém te presta apoio e se incomoda quando se trata este assunto de um modo direto. No fundo se adota uma postura de é “muito grave o problema mas é teu problema”.

Socialmente também não há grandes diferenças. Só quando sai à luz algum caso especialmente atraente surgem vozes clamando justiça, mas em general dá a sensação de que ninguém quer ver o PROBLEMA, que sem dúvida não é o dos pederastas que atuam na rede ou algum que outro elemento como o austriaco que tinha encerrada a sua filha num porão. O PROBLEMA está nas famílias e no meio próximo do menor, que supõe aproximadamente o 90% dos abusos. E a terminante maioria destes casos gozaram e seguem gozando da mais absoluta impunidade.

Como se costuma dizer: “Ocorre até nas melhores famílias”. Isto é muito importante, já que a tenor do escrito um pode chegar a pensar que as famílias que não prestam um apoio incondicional numa situação de abuso são famílias desestructuradas, com problemas, conflitivas, etc. Pois não. São famílias normais. São famílias cujos membros se indignariam ante este fato… desde que não suceda em sua própria família. Neste caso as coisas mudam por completo. Não se fala disso. Se o menor não dá sintomas realmente graves (o qual é provável que não ocorra) todos preferem dar por sentado que aqui não passa nada. E assim podemos seguir sendo uma família feliz.

Existe demasiado desconhecimento e escassas vontades de implicar-se num assunto cuja gravidade parece que muito poucos querem enfrentar, ainda que se trate de familiares diretos. Segue-me parecendo incrível que a gente se indigne pelo que ocorre em Áustria, por exemplo, e passem por completo do que ocorre ante seus narizes. Inclusive em sua própria casa.

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