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Discriminar, Prejuzgar, Prejudicar

Palomas
Uma das palavras mais utilizadas nos últimos tempos é o verbo DISCRIMINAR, que acorda, com inquestionável razão, mas sem culpa alguma aplicável à língua, efeitos muito delicados.A Real Academia Espanhola, assinala que discriminar, em sua primeira acepção, é "separar, distinguir, diferenciar uma coisa de outra".É assim que os pais e os maestros, desde que os meninos começam a entender, passamos longas horas tentando ensinar-lhes a discriminar, no melhor sentido da palavra…em seu primeiro significado.Quando nosso filho dá seus primeiros passos, tentamos que discrimine entre o que se pode comer e o que não, que difira entre o que se deve e não deve tocar. Quando é as mamães, pomos cara de algo feio… chamamos "cocô" a tudo o que ele não deve tocar ou comer…definitivamente aprende não só a discriminar, senão que também termina "sabendo" que “cocô” é algo muito horrendo…como tudo ao que às mamães não nos agrada.

Já conseguimos que não vírgula nem toque "cocô"…bem, ensinamos-lhe a discriminar para que saiba perfeitamente de quem lhe convém fazer-se amigo e de quem não.

Chegamos à adolescência, nossos filhos recebem as mais perseverantes classes de discriminação…sempre em sua primeira acepção…para do que possam eleger ("distinguir", "separar") e não cheguem inocentemente no caminho da droga ou outras desgraças que se apostam à volta de cada esquina.
Desde a meninice, escutando, aprendemos "os dias de chuva são feios e os dias de sol são lindos", "o calor é muito melhor do que o frio", "o branco é lindo e o negro é feio", "o alto é preferível ao baixo", “a cor rosa é para as meninas, o celeste para os meninos”…
A humanidade decidiu classificar arbitrariamente as diferenças em boas ou más; ou porque desde que o homem é homem e a mulher é mulher, ambos se inclinam ao preconceito. E os garotos aprendem dos adultos.

Outra palavra que escutamos com freqüência é PREJUZGAR, que deriva do latim (praeiudicre: julgar antes)…segundo o dicionário, significa "julgar das coisas antes do tempo oportuno, ou sem ter delas cabal conhecimento". Só então, depois de conhecer a diferença entre "prejuzgar" e "distinguir", podemos deixar de lado os exemplos de discriminação "mau aprendidos"

É muito difícil discriminar sem prejuzgar, portanto a Real Academia deveu aceitar o mau uso generalizado deste vocábulo e agregou à palavra "discriminar" uma segunda acepção: "Dar trato de inferioridade a uma pessoa ou coletividade por motivos raciais, religiosos, políticos….Nesses pontos suspendidos, nesse etcétera, onde se discrimina ou prejuzga, sem motivos raciais, religiosos, políticos, encobrem-se motivos pelos que discriminamos.
Há pessoas que tem sua vida tão vazia, que precisa enchê-la observando ao próximo, inventando verdades de sinais imprecisos e equívocas, e como seus amigos inexpertos elegem crer que escutam verdades em lugar de praticar o são costume de "pensar"  e "distinguir"... os preconceitos vão de boca em boca.

A segunda acepção de "discriminar" coincide com o significado do verbo "prejuzgar". A discriminação "mau entendida" (segunda acepção) prejudica às pessoas. Que nos diz a Real Academia da Língua, que o verbo "prejudicar" (ocasionar dano ou menoscabo material ou moral) também deriva do latim (praeiudicre). ¡"Prejuzgar" e "prejudicar" têm exatamente a mesma raiz!

Em conseqüência: o que prejuzga, prejudica e quanto dano à humanidade causaram os preconceitos! Sempre que aprendamos o significado desta palavra, ¡Proibido não discriminar!, sempre que saibamos "distinguir" e sejamos capazes de evitar e de recusar os preconceitos.

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