
Preciso um mundo estruturado e previsível, em que seja possível antecipar o que vai suceder.

Utiliza sinais claros; não empregues em excesso a linguagem; usa gestos evidentes para que possa entender.

Evita, sobretudo ao princípio, os ambientes bulliciosos, caóticos, excessivamente complexos e hiper estimulantes.

Dirige-me, não esperes a minhas iniciativas para estabelecer interações; tenta que estas sejam claras, contingentes, compreensíveis....

Não confies demasiado em meu aspecto; posso ser diferente sem parecê-lo; avalia objetivamente minhas verdadeiras capacidades e atua em conseqüência.

É fundamental que me proporciones meios para comunicar-me; podem ser gestos, signos e não necessariamente palavras.

Para tratar de avaliar-me ou ensinar-me, tens que ser capaz, primeiro de compartilhar o prazer comigo. Posso jogar e compartilhar o prazer com as pessoas. Tem em conta que se me exigem adaptações muito duras.

Mostra-me em tudo o possível o sentido do que me pedes que faça.

Proporciona a minha conduta conseqüências contingentes e claras.

Desrespeites minha solidão; tenta atrair-me com suavidade às interações com as pessoas, e ajuda-me a participar nelas.

Não me planejes sempre as mesmas tarefas, nem me obrigues a fazer as mesmas atividades, o autista sou eu, não tu.

Minhas alterações de conduta não são contra ti, já que tenho um problema de intenções; não interpretes que tenho más intenções.

Para ajudar-me tens que analisar cuidadosamente minhas motivações espontâneas, na contramão do que possa parecer, agradam-me as interações cuja lógica posso perceber; aquelas que são estruturadas, contingentes e claras; há muitas coisas que me agradam, estuda-as primeiro.

O que faço não é absurdo, ainda que não seja necessariamente positivo; não há desenvolvimentos absurdos, senão profissionais pouco competentes. Tenta compreender a lógica, inclusive de minhas condutas mais estranhas.

Enfoca a educação e o tratamento em termos positivos; por exemplo, a maneira de extinguir as condutas disfuncionales (auto agressões, birras, condutas destrutivas) é substituí-las por outras funcionais.

Põe-me limites, não permitas que dedique dias inteiros a meus estereotipias rituais ou alterações da conduta. Os limites que negociamos me ajudam a saber que existes e que existo.

Em general não interpretes que não quero, senão que não posso.

Se queres que aprenda, tens que me proporcionar experiências de aprendizagem, é necessário que adaptes os objetivos e procedimentos de ensino a meu nível de desenvolvimento e me proporciones ajuda suficiente para fazer com sucesso as tarefas que me pedes.

Mas evita as ajudas excessivas; toda ajuda demais é contraproducente, porque me faz depender da ajuda, mais do que dos estímulos relevantes e me tira a possibilidade de aprender.

por agora meu problema se melhora sobretudo com a educação. Tenta evitar excessos farmacológicos ou uma administração crônica de neurolépticos; consulta ao médico com alguma freqüência, se recebo medicação.

Não me compares constantemente com os meninos normais. Meu desenvolvimento segue caminhos diferentes e quiçá mais lentos. Mas isso não requer de códigos viso espaciais para ensinar-me ou fazer-me entender as coisas; minha capacidade viso espacial costuma estar relativamente preservada. Por exemplo, os pictogramas que mostram o que vai fazer, servem como agenda e podem ser muito úteis.
PROFESOR ÁNGEL RIVIERE
0 CA CHORROS:
Gracias por comentar