O mamboretá, um inseto que perde a cabeça por amor
Disquisiciones sobre o comportamento sexual
A fêmea o devora antes, durante ou depois do apareamiento, mas se resiste
Por Susana Gallardo da Redação da NACION
O macho da mantis religiosa costuma ser devorado pela fêmea durante a copulación ou depois dela. Mas, segundo uma pesquisadora da UBA, não é cúmplice, senão que se esfuerza para evitar ser "almoçado".
O mántido macho -o mamboretá ou "tatadiós"- é capaz de perder a cabeça por amor. Efetivamente, a fêmea pode devorá-lo já seja antes, durante ou depois do apareamiento. O primeiro bocado é a cabeça e, muitas vezes, o macho decapitado pode seguir copulando.
Frente ao canibalismo destes insetos, os biólogos baralharam duas explicações: ou o macho é cúmplice de seu verdugo -prefere inmolar-se em pos de perpetuar seus genes- ou, pelo contrário, numa contenda silenciosa, procura sair airoso, com sua cabeça posta. A disyuntiva é entre cumplicidade ou conflito. Mas a hipótese de conflito é a que parece contar com evidências mais sólidas.
"Não há cumplicidade, senão conflito -assegura a doutora Lorena Pompilio, pesquisadora do Conicet e da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais (FCEyN) da UBA-. À fêmea lhe convém comer-se ao macho, e a este lhe convém sobreviver", aclara, a partir de experimentos realizados em seu laboratório da Cidade Universitária. A fêmea devora ao macho em aproximadamente um 40% dos casos, dependendo de cuan faminta esteja. "Se todos os machos se deixassem consumir em forma passiva, um deveria pensar que há para eles algum benefício, traduzido num incremento em seu sucesso reprodutivo", conjectura Pompilio, que é psicóloga e doutora em Biologia pela Universidade de Oxford.
Há umas duas mil espécies de mántidos, cujos parentes mais próximos são as baratas. São insetos vorazes e muito bons caçadores: algumas espécies chegam a comer pássaros e, inclusive, pequenas ratas. Suas patas anteriores, que mantêm recolhidas ante a cabeça como se rezassem, estão provistas de fortes espinhas para sujeitar as presas.
Pompilio desenhou uma série de experimentos para averiguar se o macho vai cegamente à morte ou se aplica alguma estratégia de salvação. Num deles (realizado com o biólogo Fabián Gabelli, professor na Faculdade de Psicologia da UBA, e Esteban Avigliano, estudante de biologia da FCEyN), o macho é colocado num pequeno recinto frente a duas fêmeas, uma delas mais faminta do que a outra. Como sabe o macho qual é a que está faminta? O melhor indicador é mostrar-lhe uma fêmea enquanto almoça uma presa contra uma fêmea sem seu prato. Previamente, ambas tinham sido privadas de alimento. O macho preferia à fêmea que se alimentava, que estava menos faminta do que a outra.
Como sabe o macho qual é a que está faminta? O melhor indicador é mostrar-lhe uma fêmea enquanto almoça uma presa contra uma fêmea sem seu prato. Previamente, ambas tinham sido privadas de alimento. O macho preferia à fêmea que se alimentava, que estava menos faminta do que a outra. Mas, "para controlar que o macho não fora à fêmea só pela presa, tivemos que agregar ao grupo um macho que também estivesse ingerindo alimento", comenta Pompilio. Se o macho elege sempre a fêmea que se alimenta, isso sugere que evita ser canibalizado.
"Com o estudo destes mecanismos -assinala-, um pode chegar a conclusões de tipo evolutivo. Neste caso, por exemplo, pode-se apoiar a hipótese de conflito." A pesquisadora demonstrou que o macho é sensível à observação de uma fêmea que ingere uma presa; agora bem, é capaz de evitar à fêmea que mostrou intenção de atacá-lo? "Se o macho é sensível a esses indicadores, podemos dizer que esses mecanismos de evitação do canibalismo se selecionaram ao longo da evolução; isto é, tiveram mais descendência os indivíduos mais seletivos à hora de eleger uma fêmea para juntar-se", assinala.
O experimento mostra que os machos cuidam de não se acercar demasiado à fêmea que não ingeriu alimento e ficam mais do dobro do tempo junto à outra fêmea. Ademais, em mais de um 60% dos casos, os machos elegem copular com a fêmea à que observaram comer.
Em resumo, a evolução parece ter atuado sobre os comportamentos destes insetos, de maneira que o que salvou sua cabeça foi o que mais descendência teve.
Para Pompilio, os comportamentos sexuais das espécies têm um componente em comum, produto da história evolutiva que compartilhamos. "O conflito entre sexos não é exclusivo dos mántidos, senão que existe quando machos e fêmeas maximizam seu sucesso reprodutivo de maneira diferente. Por exemplo, em mamíferos, as fêmeas maximizam seu sucesso reprodutivo se elegem um macho que proveja bons genes e cuidado às crianças. Mas o macho maximiza seu sucesso ao juntar-se com a maior quantidade possível de fêmeas. Machos e fêmeas procuram coisas diferentes, e ali surge o conflito", aventura.
Centro de Divulgação Científica, Faculdade de Ciências Exatas e Naturais, UBA
Outros datitos deste inseto que me causa impressão…conquanto não faz nada…jogávamos com eles em nossa infância…guau como se enojam!!!
A mantis religiosa, também telefonema santateresa, tatadiós, campamocha ou mamboretá, é um inseto da família Mantidae, ordem Mantodea. Originária de sul de Europa, a Mantis foi introduzida em Norteamérica em 1899 num barco com plantines.
Em comparação com outros insetos, seu tamanho é médio, possui um tórax longo e umas antenas delgadas.
Tem uns grandes olhos compostos na cabeça a qual pode girar até 180º e três olhos singelos entre os olhos compostos. Suas patas anteriores, que mantém recolhidas ante a cabeça em atitude orante, estão provistas de fortes espinhas para sujeitar as presas de que se alimenta. É voraz e muito comum em lugares cálidos.
Existe uma grande variedade de espécies na família. A Mantis flor tem grandes e coloridas faldillas em forma de pétalas nas patas. A Mantis religiosa, a espécie mais representativa da família Mantidae em Europa, pode ser verde ou parda com diferentes matizes. A cor do meio no que habita durante sua última muda (se se trata por exemplo de palha seca ou erva verde) determina a cor do adulto.
O ciclo vital é de um ano aproximadamente. Para converter-se em Mantis adultas têm que realizar o processo da muda seis vezes, para isso se colocam em suspensão para abaixo e saindo pela parte anterior da anterior cutícula se desprendem da velha muda. Para alimentar-se, mantém as patas anteriores juntas enquanto espera para atacar, pelo jeito que está rezando. Se outro inseto se posa junto a ela, o observará girando a cabeça e lançando-se ao ataque de imediato. Suas patas anteriores sujeitam à vítima e a mantis começa a alimentar-se dela imediatamente, inclusive se sua presa segue lutando para escapar. É possível que se comam umas às outras.A posta dos ovos se faz em outono e em primavera os ovos eclosionarán. Põe seus ovos em montoncitos espumosos (ootecas) que ata aos raminhos. A espuma se endurece cedo, o que protege os ovos até que se abrem.
Cada saco pode albergar entre 200 e 300 ovos. Este inseto não é venenoso; uma mantis pode sustentar-se na mão nua mas é preferível que a mantis se suba por sua conta, sem tratar de forçá-la, só se deve ter cuidado de não a atirar porque tem movimentos muito rápidos e repentinos.
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