Quero compartilhar este artigo que me pareceu interessante:
A EDUCAÇÃO DOS FILHOS COMO FAZER ATRATIVA A EXIGÊNCIA
Por: ENRIQUE ROJAS
Imágen: Google
Educar é entusiasmar com os valores. Estamos num momento no que muita gente jovem está perdida, sem saber a onde ir. Estar perdido é não ter rumo. Ir atirando a ver que passa. Vejo muita gente jovem assim. E não falo só de nosso país. McLuhan falou do planeta global. Por onde devemos começar? Os edifícios que não se caem são os que têm umas bases firmes, umas raízes sólidas. O primeiro de tudo é a formação. Educar, converter a alguém em pessoa. Educar é conseguir seres humanos com dignidade e critério. Educar é seduzir com modelos sãos, atrativos, coerentes e cheios de humanidade. Por aí devemos começar. Exemplos de vidas cheias de sentido, atrativas, que nos empurrem, que arrastem nossa conduta nessa direção. Educar é atrair por encantamento e por ejemplaridad. O grande educador moderno está enfermo e com mau prognóstico: a televisão. E não há nenhum indicador que nos diga que vai mudar em positivo. Mas a primeira fonte educativa, na que tudo deve arrancar, é a família. A família deve ser uma escola na que um se sabe querido pelo que é, e não pelo que tem. Uma família sã é a primeira escola na que um recebe lições que não se esquecem. Se a família funciona, a pessoa vai ter um edifício construído com materiais resistentes. Ali há um mundo mágico e decisivo. Porque a primeira pedra da educação é a formação. Adquirir uma boa formação, em general, é distinguir o que é bom do que é mau; ter critério; saber a que ater-se; discernimento: aprender a penetrar na realidade distinguindo o que é melhor e mais positivo para escolher esse caminho. A formação hospeda em seu interior diferentes ingredientes. Há duas notas principais que não quero deixar-me no tinteiro, por isso quero plasmá-las quanto antes: a formação humana e a espiritual. A primeira aspira a que cheguemos a ter um comportamento próprio de seres humanos e, dentro desse plano, abrem-se três grandes notas: a inteligência, a afetividade e a vontade. Para mim elas constituem o subsolo desde onde deve arrancar a condição humana. Cada uma delas tem um longo percurso. A inteligência é a capacidade de síntese; saber distinguir o acessório do fundamental. Desde pequenos, há que ensinar a pensar, a ter espírito crítico e a formular argumentos que defendam nossas idéias e crenças. Há muitos tipos de inteligência e, em general, umas e outras não se levam bem; parece como se possuir umas, excluísse a outras. Inteligência teórica, prática, social, analítica, sintética, discursiva, criativa, inteligência emocional (tão de moda hoje, desde o livro de Goleman), fenícia, instrumental, matemática? e inteligência para a vida (saber gerir do melhor modo possível a própria trajetória). Todas têm um lugar comum, captar a realidade desde diversos ângulos. A inteligência se nutre da leitura. Fomentar este hábito é essencial. Hoje a todos nos custa mais, pois estamos na era da imagem. Mas há que o tentar. Um par de livros sempre perto, alternando-os. E a curiosidade como ingrediente essencial. A leitura é à inteligência o que o exercício físico é ao corpo. A afetividade: esse sentido pura sangue que percorre nossa pessoa e que se manifesta por meio dos sentimentos, as emoções e as paixões. Ter uma boa formação sentimental significa capacidade para dar e para receber amor. Um dos pontos básicos, neste sentido, é aprender a expressar sentimentos: desde dar as graças, mostrar afeto, saber que a palavra bem empregada é ponte de comunicação: quero-te, preciso-te, perdoa-me, ajuda-me neste assunto, preciso falar contigo, tenho um problema e preciso que me orientes. Tudo isso cultiva, faz prosperar o mundo sentimental, e lhe dá força e consistência. Em terceiro lugar, a formação humana tem um elemento decisivo, clave, de uma importância à longa de grande alcance: a vontade. Que é a vontade, em que consiste, que características tem? Vontade é a capacidade para pôr-nos metas, objetivos e lutar a fundo por ir conseguindo-os. Com a vontade não se nasce, senão que um a cultiva, øtrata-a, empenha-se por ir incluindo-a na conduta pessoal, contra vento e maré. A vontade é a determinação, a firmeza, o esforço desportivo por conquistar cumes de certo nível que nos ajudem a crescer como pessoas. E esta, a sua vez, compõe-se de uma série de ingredientes que são muito importantes: o ordem, a constância e a motivação. Eu lhes chamo a todos esses elementos a inteligência instrumental, porque são as asas que fazem voar alto à inteligência? as jóias da coroa. Não faço o que me apetece nem o que me pede o corpo, senão o que é melhor para mim, aquilo que me faz crescer como pessoa. A formação espiritual significa a rebeldia do que não quer viver como um animal, senão como uma pessoa. Hoje o politicamente correto é não acreditar em quase nada, tudo light , ligeiro, leviano, sem compromisso com nada? é o posmodernismo: uma vida sem valores nem convicções, suspendida no relativismo e a permissividade. A espiritualidade bem entendida nos faz crescer em humanidade e nos leva a ver ao outro em toda sua dignidade. Expulsar a Deus da vida pessoal, porque está de moda e se leva e isso é o que há, não faz mais livre nem às pessoas nem à sociedade. Isso leva ao que estamos vendo hoje tão com freqüência, um esvaziamento espiritual enorme. Só um profundo sentido espiritual da vida, moderno, aberto, liberal, mas firme como a terra sólida que pisamos, é capaz de mudar em profundidade o coração do ser humano. Esta sociedade está muito perdida no básico. Falaria disto com detalhe, mas agora deixo só apontada esta idéia para o que queira recolhê-la. Mas o resumiria deste modo: a pessoa espiritual o julga tudo. Não quero alongar-me para não fazer muito extenso este artigo. Quanto mais vale uma pessoa, mais valoriza aos demais. E ao revés. Não há segredos para o sucesso, este se atinge com preparação progressiva, trabalhando com minuciosidad sobre um mesmo, sacando lições dos fracassos e tentando ter um modelo de identidade, esses exemplos de vida longínquos ou próximos, que atiram, arrastam, empurram nessa direção para conseguir fazer uma pequena obra de arte da vida pessoal. Querer é poder. Vou contra corrente. Não me importa, sei que são tempos difíceis, nos que há muita gente desorientada, mas que pode ser reconducida. No livro de Chesterton O homem eterno , o autor fala de ir contra a corrente, e diz o seguinte: quando um vai navegando por um rio de certo volume a favor da corrente, esta o leva a um rápida e fluidamente, mas se corre o risco de ir tão bem, que um se dorme e se pode cair ao água e afogar-se. Pelo contrário, quando um está acostumado a ir contra a corrente, há que lutar e esforçar-se e resistir, e cada pequena vitória é um triunfo? o água salpica à cara e é difícil seguir, mas a paixão por avançar é maior, assim se fortalece a postura. Para ir contra a corrente hoje há que estar bem formado e ter idéias claras, e critérios coerentes e sólidos para não se deixar levar por uma sociedade ferida pelo consumismo e manipulada pelos meios de comunicação. O ser humano é o capital mais precioso. A crise econômica é nada comparada com a crise moral. Não saber para onde atirar nem a que ater-se é bem mais grave. Uma educação permissiva e relativista se situa longe da vontade e a boa orientação, e destrói o vigor do alma e do corpo. |
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