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MITOS E TABUS

Palomas
A história das palavras é a história do homem, é que a evolução da língua nos fala de mudanças em crenças e costumes, do surgimento de mitos e tabus, de modas que se transformam, de revoluções culturais e tecnológicas, de estremecimentos sociais ou políticos.

“Andar de capa caída”
Dizemos que alguém anda de capa caída quando se o vê mustio, com o ânimo à altura do rodapé.
Muitos tomaram o dito ao pé da letra e o atribuíram à época em que essa prenda era de uso habitual: aos fidalgos empobrecidos ou que perdiam o favor na corte, se os via, segundo essa interpretação, com a capa posta ao descuido, arrastando-a pelo andar.
Trata-se, em realidade, da deformação de uma locução latina.
No Direito Romano se denomina capitis diminutio à perda parcial dos direitos civis. A essa condição se chegava por dívidas, por doença e, no caso das mulheres, ao contrair casal.
Em castelhano se os chamou também direitos caídos.
Em boca dos leigos, capitis passou a ser capa e a locução ficou como “andar de capa caída”. Dar mostras de ter sofrido um baixo na consideração social, achar-se com o humor a média hasta. Uma expressão que hoje se ouve com grande freqüência, ainda que os antidrepresivos estejam de moda. E ninguém leve capa.

“Aqui há gato encerrado”
Forma muito comum de expressar desconfiança ante qualquer assunto que não aparece do tudo claro. Seu protagonista não é o simpático felino que conhecemos também como minino ou micifuz.
No Século de Ouro espanhol, chamava-se gato ao ladrão, nome que evoca muito bem o sigilo e os movimentos ágeis e furtivos dos profissionais desse ofício.
Tempo atrás as bolsas e talegos se faziam com a pele destes animais, de maneira que, na gíria dos delinquentes, gato é o lugar no que um indivíduo oculta o dinheiro que leva em cima e, por extensão, o dinheiro mesmo.
A frase hoje se generalizou e se aplica a modos de atuar que nos resultam altamente suspeitos. As razões escondidas, os manejos secretos ao serviço de causas não muito transparentes, acordam a inquietude de que a malícia ou a fraude estejam a ponto de dar o zarpazo.
De que em algum esconderijo e, entre sombras, o gato do engano, esteja relamiéndose os bigodes.

“Lágrimas de Crocodilo”
É verdade que do saco lagrimal destes répteis sai uma secreción acuosa que mantém úmidos os olhos do animal, fora do água, mas não é resultado de tristeza senão esforço.
Ao não ter aparelho masticatorio, fazem um grande esforço com seus fauces e músculos da cabeça, para deglutir seus bocados, a maioria das vezes animais inteiros.
A ação de 'chorar' enquanto se devora com ferocidade uma presa, foi tomada como arquétipo da hipocrisia.

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