-->
8jul2009
8jul2009

O DIA QUE NÃO EXISTAM MAIS RATOS

Palomas
Paula Margules nasceu em Buenos Aires. Publicou "O Futuro tão temido", em "Literatura em Malba-Encontro com escritores" (2004); "Alberto Gerchunoff, belo senão da literatura" (2006). Sua novela “Brujula ao sul" ganhou o Prêmio Emecé 2000. Vários de seus contos foram distinguidos em diversos âmbitos (Clayton Valley High School, California; Editorial Milá; Embaixada de Israel, e Pontifícia Universidade Católica Argentina). Dirige ateliês literários; integra a equipe assessor da revista "Letras de Buenos Aires" (Prêmio Konex 2004, à trajetória). Margules participa em conferências, seminários e atividades institucionais. A autora é bacharel em Relações Humanas e Públicas e trabalhou como docente até 1990

.
O citadino se burla do provinciano que desconfia do recém chegado, que suspeita do afroamericano, que recela do alvo, que despreza ao francês, que recusa ao polaco, que duvida do inglês, que segrega ao brasileiro, que se ri do galego, que faz brincadeiras sobre o argentino, que margina ao boliviano, que recusa ao gringo, que ofende ao índio, que foge do católico, que humilha ao judeu, que se aparta do palestino, que mata ao israelense, que briga com o árabe, que despreza à mulher, que maltrata aos garotos, que pisam ao sapo, que come insetos, que picam ao homem magro, que discrimina ao gordo, que se ri do travestido, que recusa ao polícia, que abusa do ladrão, que rouba ao adolescente, que assinala ao homossexual, que critica ao cura, que recusa ao político, que se aproveita do débil, que amaldiçoa ao forte, que atropela ao distraído, que vitupera ao velho, que engana ao jovem, que contradiz ao adulto, que se queixa de seu chefe, que odeia ao gerente, que acossa a sua secretária, que inveja ao cadete, que foge do diretor, que está farto do cliente, que exige do vendedor, que engana ao comprador, que xinga ao fabricante, que se queixa do servidor público, que desdenha ao jornalista, que hostiga ao camarógrafo, que prepotea ao entrevistado, que xinga ao intelectual, que assinala ao ignorante, que ofende ao estudioso, que reprocha ao médico, que subestima ao enfermo, que sofre ao burocrata, que patea ao gato, que se come ao rato, que morde um tornozelo e contagia a raiva.

O dia que não existam mais ratos se acabará a raiva e o mundo será um lugar maravilhoso.

0 CA CHORROS:

:)) w-) :-j :D ;) :p :_( :) :( :X =(( :-o :-/ :-* :| :-T :] x( o% b-( :-L @X =)) :-? :-h I-)

Gracias por comentar

 
Ir Arriba