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30nov2009
30nov2009

HOJE: FALAMOS DE ERIK

Palomas

"A Erik lhe agrada observar a erva e desenhar casas com tubagens sobre pradarias infinitas. Sua mirada abarca o poder dos pequenos detalhes. Fala, joga, interactúa, sorri, sonha, deseja... É um menino feliz que tem autismo. Em nossa vida com outro ritmo não só há luta ou terapias, senão a intensidade do movimento sempre para adiante. Bem-vindos a este espaço para reflexionar e conhecer como vivemos com o autismo"
Tomei 'prestada' esta entrada de Anabel
A figurita de Glitter Graphics






UM TOMATE FRENTE AO AUTISMO

Um tomate se converte no protagonista de um momento inesquecível. Um artista magnifica a singeleza. E um menino descobre a beleza efêmera das coisas. Imagens que refletem a ternura. Um toque de calidez para este inverno.



Fotografa de Josep Vilaplana

O singelo faz visível a intemporalidad de nossas emoções

Redondo, vermelho e suculento.
Pleno em sua forma geométrica sem bordes.
Maduro.
Com uma coroa de rei,
verde e sublime,
que se une à mata forte de sua família.

Erik e eu o fomos observando desde que mal fosse embaraço entre as folhas, flor aberta e bolita com pretensão de tomate.

Nunca duvidamos de sua vontade de recém nascido.

Um tomate é o plenilunio de agosto em nosso jardim de Hamburg. Único. Superviente à chuva ou as babosas. Órfão de irmãos.


Pleno em sua forma geométrica sem bordes.Maduro.Com uma coroa de rei,verde e sublime,que se une à mata forte de sua família.Erik e eu o fomos observando desde que mal fosse embaraço entre as folhas, flor aberta e bolita com pretensão de tomate.Nunca duvidamos de sua vontade de recém nascido.Um tomate é o plenilunio de agosto em nosso jardim de Hamburg. Único. Superviente à chuva ou as babosas. Órfão de irmãos.
-Não há mais? -me pergunta Erik, que regou durante um mês a tomatera com essa precisão inexperta que arrancava alegrias aos trevos, dentes de leão e margaridas que a circundam.

-É teu tomate, Erik -lhe contesto.
-Está muito vermelho. Come-se já.

Seus manitas gordezuelas se acercam com carinho ao tomate. Tomam-no e o tuercen para a esquerda com uma delicadeza que dá gosto ver até arrancá-lo. Em matéria de um segundo Erik o tem na boca, escorre-se parte do suco; e ele se o limpa com movimento seguro com o mangote da camiseta. Mastiga o tomate com um prazer tão antropológico como a essência do mundo.

Um menino de quatro anos se comeu um tomate que arrancou de uma mata. Se poderia resumir assim, como um fenômeno temporário que começa com a compra da mata do tomate e termina com sua digestão...
...no entanto há bem mais.

Nesse ato se concentra a essência da beleza, o aleatório de sua perfeição:
Um menino, um fruto, um instante.
Uma tarde de agosto num jardim.
Uma mamãe com olhos brilhantes.
Um triunfo à inflexibilidade do autismo.

Porque o belo é o que se pega no momento no que ocorre.
É a configuração efêmera das coisas.


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